sábado, 22 de setembro de 2012

Literatura pelo mundo - França (parte II)


Romantismo


Dos numerosos grupos literários surgidos no século XIX, os mais importantes foram os românticos. Os romances de Madame de Staël anteciparam o Romantismo da geração seguinte, formada por Alphonse de Lamartine, Victor Hugo, Dumas (pai), Théophile Gautier e os poetas Alfred de Vigny, Alfred de Musset e Charles Nodier.

Da mesma época procedem o poeta Pierre Jean de Béranger, a romancista George Sand — pioneira do romance social e uma das primeiras feministas da História —, o historiador Jules Michelet e alguns precursores do Socialismo como Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre Proudhon e Louis Blanc. Em nível intermediário encontram-se as obras dos historiadores François Guizot, Adolphe Thiers e Augustin Thierry, e os textos de Benjamin Constant.

Realismo

Honoré de Balzac é considerado o autor que propicia a transição entre a corrente romântica e a realista, integrada por Stendhal, Gustave Flaubert e Prosper Mérimée. O realista Charles Augustin Sainte-Beuve é considerado o melhor crítico francês. Seus ensaios são ótimos exemplos de crítica sociológica e psicológica.

Parnasianismo e Simbolismo

Os poetas parnasianos Leconte de Lisle, Sully Prudhomme e José de Heredia reagiram contra o Romantismo. A obra deles é mais uma volta ao Classicismo do que uma inovação. Baudelaire exerceu forte influência sobre os simbolistas, também chamados, pejorativamente, de decadentes. Os poetas mais importantes deste período foram Paul Verlaine, Henri de Régnier, Stéphane Mallarmé, Isidore Ducasse (um uruguaio que se intitulava Conde de Lautréamont), Tristan Corbière, Charles Cros e Jules Laforgue. O mais influente simbolista foi Arthur Rimbaud que escreveu seus poemas mais representativos antes de completar 19 anos. Também na prosa alguns escritores buscaram efeitos simbolistas, entre eles o crítico literário Remy de Gourmont, Édouard Dujardin e o poeta Henri de Régnier.

Naturalismo


No final do século XIX surge a corrente chamada Naturalismo, liderada pelo historiador e crítico Hippolyte Taine e pelos irmãos Edmond e Jules de Goncourt. O Naturalismo foi adotado por Émile Zola, o escritor mais significativo deste movimento. No campo da narrativa curta, o autor mais importante foi Guy de Maupassant. A obra do crítico e historiador Ernest Renan exerceu influência sobre os romancistas Pierre Loti, Maurice Barrès e Anatole France.


O século XX

No século XX, a literatura francesa diversificou-se através de escritores individualistas, entre eles, Marcel Proust, autor de "À Procura do Tempo Perdido", um dos melhores romances já escritos. A independência do pensamento nota-se, também, em Romain Rolland, André Gide e outros autores como Roger Martin du Gard, Francis Jammes e François Mauriac e Jean Cocteau, este último um homem que exerceu sua criatividade em diferentes campos artísticos. Jean Giraudoux é considerado um grande estilista. A obra de Jules Romains retrata a alma coletiva da sociedade e Guillaume Apollinaire exerceu uma marcada influência sobre a arte moderna. Destacam-se, também, o poeta católico, dramaturgo e apologista Paul Claudel e Paul Valéry que começou como simbolista e foi um dos melhores poetas psicológicos de seu tempo. Outros prosadores famosos são Henry de Montherlant, autor de romances elegantes, e Colette, cuja aguda percepção a une aos realistas.

Após a I Guerra Mundial, o tema bélico ocupa as obras de Henri Barbusse e Roland Dorgelès, precursores dos livros antibélicos do final da década de 1920. O ensaísta André Maurois escreveu sobre a guerra em tom de humor. Georges Duhamel tratou o tema com ironia e as obras de Jean Giono mostram um pacifismo militante e uma antipatia pela hegemonia das máquinas. Na época das vanguardas artísticas explodiu uma rebelião contra todas as formas artísticas tradicionais. Surgem o dadaísmo e o surrealismo, este último liderado por André Breton. Louis Aragon, Paul Éluard e Philippe Soupault são poetas que participaram do movimento surrealista.

Outros romancistas empregaram diferentes recursos para expressar o espírito de sua época. Muitos merecem destaque: André Malraux, o aviador Antoine de Saint-Exupéry — que chegou a ser considerado o melhor escritor de sua geração —, Louis-Ferdinand Céline, Marguerite Yourcenar, Françoise Sagan e Jean-Jacques Servan-Schreiber, cujas obras mudaram a opinião pública francesa em temas políticos. Poetas importantes deste século foram Saint-John Perse e René Char.

Na década de 1940 desenvolve-se o movimento filosófico e literário chamado Existencialismo, integrado, entre outros, por Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Albert Camus procurou encontrar um sentido digno para a vida sem recorrer à hipocrisia ou falsos moralismos, ao mesmo tempo em que revelava uma visão niilista e desesperançada da condição humana. Em seu romance A Peste, uma metafóra da ocupação nazista e um apelo à dignidade, Camus revelou sua descrença nos homens ao escrever a frase "o natural é o micróbio". Albert Camus recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957 e morreu, aos 47 anos, em um acidente de automóvel.

Na década de 1950 surgem duas escolas de literatura experimental: o Antiteatro e o Teatro do Absurdo cujos maiores exemplo são as obras de Eugène Ionesco, Samuel Beckett e Jean Genet. Paralelo ao antiteatro nasce o nouveau roman que se manifestou, principalmente, nas obras narrativas e teóricas de Nathalie Sarraute, Claude Simon, Alain Robbe-Grillet e Michel Butor.

Em 1960 aparece uma nova escola de crítica literária, o Estruturalismo, baseada no trabalho do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss. Seu maior expoente foi Roland Barthes. A última tendência crítica é conhecida como Desconstrução e seu pioneiro é o filósofo e crítico Jacques Derrida. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário