terça-feira, 18 de setembro de 2012

Literatura pelo mundo - Itália


A literatura italiana nasce a princípios do século XIII. As influências que impulsionaram sua criação foram sobre tudo religiosas e São Francisco de Assís junto a seus seguidores foram os criadores da lírica aguda, que era uma canção sagrada popular que se conhecia no centro da Italia. São Francisco compôs um dos poemas italianos mais antigos, "Cantica do Sole", ou "Laudes Creaturarum" (1225), uma improvisação sublime -dizia Paschal Robinson- mais que uma produção literária estrita. O movimento literário mais importante da segunda metade do século XIII foi o que Dante chamou o "dolce stil novo".
O século XIV foi um período de mudanças na cultura e vida medieval que deram passo a um novo conceito da existência. Também se refletiu mais maturidade na tradição literária que teve sua maior expresão graças ao florentino Dante Alighueri. Suas obras foram a origem da tradição literária e lingüística moderna. A lírica mais recente se recorre na "Vita Nuova", uma autobiografia na que o autor canta a sua amada Beatriz, este amor trascende ao amor a Deus. Dante trabalha os temas do espírito, a cultura e a política em obras anteriores a "Divina Comédia" como "Convivio","De vulgari eloquentia" e "De monarchia".
A obra mais importante de Dante é a "Divina Comédia", uma obra complexa e muito poética que trata um tema muito amplo. O conteúdo une a cultura e o espírito da idade média e põe de manifiesto a fé religiosa de uma realidade construída e dirigida por Deus.

Século XIV


Na Itália e em outros lugares, este é o século da literatura mística, se traduziram algumas das Sagradas Escrituras e obras dos apóstolos, como cartas, sermões e outros tratados religiosos. O valor lingüístico destes tratados é comparável ao fervor religioso que contém.
A prosa do século XIV se caracteriza pela produção de literatura religiosa, provocada em grande medida pela educação religiosa do momento. Prova disso é a quantidade de sermões, tratados doutrinais e biografias de santos (quase sempre Saint Francis e Saint Catherine) que se produziram na época, o que nos da uma visão do grau de cristianismo da época. Também tiveram obras históricas, latim e em italiano, que são conhecidas por sua vivacidade e narrações consistentes.

O Renascimento


Os ideais do humanismo culminaram no Renascimento. O Renascimento italiano foi um período glorioso para as artes que deu exemplo ao resto da Europa graças às obras de Masaccio, Piero della Francesca, da Vinci, Michelangelo, Raphael, Donatello, Botticelli, Brunelleschi, Bramante, etc. Foi o ponto de partida para a civilização moderna. Este período se caracteriza pela idéia do homem como centro do universo, como protagonista e criador de seu destino, pelos ideais de graça, beleza, harmonia, pela glorificação da liberdade individual e a síntese entre o homem e a natureza.
O Renascimento italiano se divide em duas partes: o renascimento recente, desde a volta dos pais de Avignon (1377) até a invasão de Carlos VIII (1494), Quatrocentos; e o renascimento tardio, desde a derrota dos franceses de Fornovo (1495) até a delegação do ducado de Ferrara a Santa Sede, Cinquecentos.

A Decadência


O Renascimento havia esgotado o gênio criativo dos italianos e a nação estava destroçada pelo Tratado de Cateau-Cambrésis (1559). A finais do século XVI a decadência começou a aflorar e durou todo o século XVII (Seicento) e a primeira metade do século XVIII (Settecento), esta foi a pior época na história da literatura italiana.
O escritor mais conhecido da época foi Galileo Galilei (1564-1642), ainda que era científico, suas obras foram reconhecidas por seu elevado nível literário. Francesco Redi (1626-1698) era um distinguido físico também conhecido por ser filólogo e poeta. Os principais escritores do século foram três jesuítas que combinaram a devoção e o estudo com o estilo literário. Seu estilo foi menos livre que o de Galileo que nunca foi superado por nenhum de seus contemporâneos. O Padre Sforza Pallavicino (1607-1667) escreveu a história oficial do Concilio de Trento, refuntando a de Fra Paolo Sarpi (1552-1623), e tratados éticos e religiosos do que hoje em dia ainda se leem "Arte della Perfezione Cristiana" e os quatro livros "do Bene", diálogos filosóficos que se mantiveram na vila do Cardinal Alessandro Orsini em Bracciano. O Padre Daniello Bartoli (1608-85) foi um escritor prolífico e brilhante, escreveu a história da sociedade de Jesus em um estilo tipicamente do seicento. O Padre Paolo Segneri (1624-94) reformou a arte da oratória religiosa e a liberou da corrupção da época.

 Literatura moderna


Alguns dos escritores da literatura moderna que merecem menção são os seguintes: Italo Calvino, cujos contos filosóficos têm uma forma original ("Nostri antenati"); Carlo Emilio Gadda que utiliza uma linguagem antitradicional para refletir a sociedade contemporânea; Dino Buzzati ("Il deserto dei Tartari") e Elsa Morante ("La storia") que estuda a psicologia do homem. A novela de suspense italiana mais conhecida internacionalmente é "Em nome da rosa", de Umberto Eco.

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