A literatura finlandesa tem uma
raíz dupla, a partir da qual continua a desenhar a sua vitalidade. Uma parte
alcança um passado distante em direcção à tradição popular oral finlandesa e às
fontes de poesia anónima contidas no mundo da Kalevala. A outra parte segue a
cultura da língua materna sueca, enraizada na tradição europeia, da qual
continuou a fazer parte muito depois de a Finlândia, como resultado da guerra
entre a Suécia e a Rússia, ter sido separada e constituída em nestas duas
ligações, ocidental e oriental, mais de século e meio de uma literatura
finlandesa independente começou a procurar o seu lugar na cultura europeia.
Além da emancipação nacional, existia a vontade de
rapidamente fazer parte do mundo da literatura, entender Shakespeare e
Dostoyevski, mas igualmente criar algo tão genial em finlandês e sueco. Na
poesia de J.L.Runeberg cojugam-se o
idealismo finlandês, exprimido em sueco, juntamente com a tradição europeia da
poesia da altura, tanto nos sentimentos individuais como na visão histórica de
Vänrikki Stoolin Tarinat (1848-1860). A Kalevala, sobre a herança cultural dos
finlandeses, enquanto Aleksis Kivi
continuava a moldar a identidade nacional com a sua criatividade independente. Zachris Topelius era o mestre do romance
histórico no espírito de Walter Scott, especialmente no seu Välskärin
Kertomuksia, prosa escrita em sueco e imediatamente traduzida para finlandês.
Hoje em dia as novas tecnologias dos media electrónicos
representam uma ameaça para a literatura impressa. Apesar disso, os finlandeses
continuam no topo da lista dos que mais lêem. Num ano médio na Finlândia,
publicam-se mais livros do que em qualquer outro país. A maioria dos escritores
finlandeses utilizam a língua finlandesa, alguns em sueco e uma pequena
proporção em sámi (língua falada na Lapónia).
Os escritores finlandeses
enfrentam uma dificuldade considerável na barreira linguística, existindo
apenas cerca de 5 milhões de falantes da língua.
Aleksis Kivi escreveu os
primeiros romances e obras teatrais importantes em finlandês. Os contos e
romances de Juhani Aho, as comédias de Maria Jotuni e as obras teatrais de
Minna Canth marcam o início do realismo. Os principais representantes do
naturalismo foram Joel Lehtonen, Toivo Pekkanen e o Prêmio Nobel de 1939, Frans
Eemil Sillanpää. Outros autores finlandeses célebres são o romancista Mika
Waltari e os poetas Eino Leino, Antero Koskenniemi, Uuno Kailas e Karol Sarkia.
Depois da II Guerra Mundial
surgiram os romancistas Vaïnö Linna, Veijo Meriy e Paavo Rintala, e os poetas
Tuomas Anhava, Eeva-Liisa Manner, Matti Rossi e Pentti Saarikoski. O teatro
floresce graças às obras de Veijo Meri e de Avo Salo.
Entre os escritores finlandeses
que escreveram em sueco aparecem Johan Ludwig Runeberg, autor da letra do hino
nacional, e Zakarias Topelius. Os poetas líricos importantes do século XX são
Edith Södergran, pioneiro do modernismo, Arvid Mörne, Bertel Gripenberg e Elmer
Diktonius.
Nenhum comentário:
Postar um comentário