terça-feira, 30 de outubro de 2012

Literatura pelo mundo - Suécia


As Leis Provinciais (landskapslag) são os mais antigos textos em sueco. Foram escritas nos séc. XI e XII, e refletem a sociedade medieval e as suas normas. A Antiga lei da Västergötland foi escrita por Eskil Magnusson por volta de 1220. A Lei da Uppland foi decretada em 1296, tendo como provável autor Birger Persson.Apesar de estes documentos serem em sueco, a maior parte da literatura medieval da Suécia era escrita em latim, e tinha caráter religioso. O Convento de Vadstena, foi um importante centro cultural, e foi lá que a Santa Brígida escreveu as suas Visões celestiais.

O romantismo sueco partiu essencialmente da associação Auroraförbundet e da sua revista Phosphoros, publicada em 1810-1813. Esaias Tegnér e Gustav Geijer representam a corrente do romantismo nacional, impulsionada pela associação Götiska förbundet. No romance romântico, a figura central é Carl Jonas Love Almqvist, que escreveu Törnrosens bok, e mais tarde Det går an, já a caminho do realismo.

O realismo na Suécia foi marcado pelo aparecimento do jornal Aftonbladet em 1830. A corrente realista sueca estava ligada à corrente política do liberalismo. Foi nesta época que a imprensa e o conto atingiram um grande público. O realismo literário está representado por escritores como Fredrika Bremer, Carl Jonas Love Almqvist e Erik Gustaf Geijer. Carl Jonas Almqvist escreveu simultaneamente em estilo romântico e realista. August Strindberg dominou a cena literária sueca, e foi um dos introdutores do naturalismo na Suécia. As suas obras Röda rummet, Svenska folket och August Strindbergs lilla katekes för underklassen combinam realismo com crítica socialista. Em Hemsöborna é o naturalismo e o evolucionismo que estilizam a obra.No género dramático, Fadren e Fröken Julie, assumem plenamente o naturalismo. Strindberg exerceu influência sobre escritores como Jan Myrdal, Franz Kafka, Eugene O’Neil, Lars von Trier, e cineastas como Ingmar Bergmann.

Através da da sua obra Vallfart och vandringsår (1888), carregada de romantismo, individualismo e sensualismo, Verner von Heidenstam marca o rompimento com o realismo e o naturalismo. Gustaf Fröding confirma a nova época com seu livro Guitarr och dragharmonika (1891). O Fim de século, na Suécia, denota um cansaço e decadência de valores e expetativas. Está associado ao neo-romantismo e ao simbolismo. Sven Lidman e Hjalmar Söderberg, encorporam este estado de alma. O simbolismo na Suécia assinala uma revolta contra a moral social, e tem alguma ressonância na obra de Strindberg, e mais tarde, Sven Lidman e Vilhelm Eklund. Selma Lagerlöf, Nobel da Literatura, também rompeu com o ideal da objetividade realista no seu clássico Gösta Berlings saga, publicado em 1891. Outra obra clássica da sua autoria é A maravilhosa viagem de Nils Holgerssons através da Suécia (Nils Holgerssons underbara resa genom Sverige). Já na viragem do século, o poeta Karlfeldt traz a Dalecárlia folclórica ao salão eterno da poesia. O Prêmio Nobel é instituído em 1901, passando a ser atribuído anualmente pela Academia Sueca. Entre os galardoados estão três escritores desta época: Verner von Heidenstam, Selma Lagerlöf e Erik Axel Karlfeldt

No início do século XX, surge uma série de escritores – muitas vezes auto-didatas – que descrevem a situação das classes sociais desfavorecidas, principalmente no mundo agrícola. Nesta literatura proletária há a destacar, entre outros, Harry Martinson, Eyvind Johnson e Ivar Lo-Johansson. Mais recentemente, nos anos 60, com o aumento do ativismo político, novos escritores se afirmam dando uma certa continuidade à literatura proletária: Jan Myrdal e PC Jersild. Na primeira metade do século XX, Pär Lagerkvist produziu poesia e prosa, ventilando as grandes questões existenciais.

Três escritores desta época foram recompensados com o Prémio Nobel: Harry Martinson, Eyvind Johnson e Pär Lagerkvist

O romance policial tem tido grande sucesso na Suécia e no estrangeiro, especialmente na Alemanha. Autores atuais sã o Sjöwall e Wahlöo, e mais recentemente Jan Guillou, Henning Mankell, Liza Marklund e Stieg Larsson. O casal Sjöwall e Wahlöo criou o inspetor Beck e inseriu-o em ambientes sociais cuidadosamente retratados. Por sua vez, Henning Mankell criou o inspetor Kurt Wallander, em atividade na cidade de Ystad. Jan Guillou deu vida a um espião sueco chamado Carl Hamilton, na sua série de romances de espionagem Coq Rouge. Além disso Jan Guillou escreveu uma série de romances históricos, inventando uma personagem de nome Arn Magnusson. Os romances de Arn tiveram um enorme impacto na Suécia dos nossos dias. Por seu lado, Liza Marklund deu-nos a jornalista Annika Bengtzon, mergulhada em debate político e social. Dois dos seus romances foram filmatizados por Colin Nutley.

Um cometa literário entre 2005 e 2007 é o controversial Stieg Larsson e a sua Trilogia Mileenium com o par de detetives Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist, em que Lisbeth faz pensar na Pippi de Astrid Lindgren. No outro campo de sucesso internacional - a literatura infantil - Astrid Lindgren tem tido uma projeção mundial através da Pippi Långstrump, conhecida como Píppi Meialonga ou Pipi das Meias Altas.


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